- Área: 1115 m²
- Ano: 2006
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Fotografias:Nic Lehoux Photography
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Centro Cultural do Deserto Nk’Mip é projetado para ser uma resposta específica e sustentável ao contexto único do edifício - o inusitado deserto canadense encontrado em South Okanagan Valley, Osoyoos, na British Columbia. Localizado nas proximidades do remanescente Great Basin Desert (aproximadamente 1.600 acres estão sendo preservados como área de conservação), esse centro interpretativo é parte de um masterplan maior, com 200 acres.
Nk’Mip é o primeiro de uma série de novos Centros Aborígenes, e parte de uma tendência em explorar o potencial expressivo da arquitetura em transmitir o rico passado e o futuro transformador da cultura aborígene. As razões práticas por trás da exploração arquitetônica nasce da liderança local - uma primeira cujos esforços em melhorar as relações aborígenes resultaram em mudanças ao processo de tratado - assim como uma mudança na legislação ambiental em relação aos tipos de edifícios permitidos em áreas de reserva.
O edifício possui exposições internas e externas que celebram a cultura e a história desta parcela, e é projetado para ser uma extensão do notável terreno, e reflete seu papel como administradores da terra. A paisagem do deserto parece se esparramar por sobre a cobertura verde do edifício, contidos por uma parede de pedra local. O edifício semi-enterrado está localizado no foco do olhar do visitante, distante dos novos empreendimentos que surgem à oeste, em Osoyoos, com a altura da parede definida para criar uma vista do deserto que se eleva, retrocedendo à paisagem ribeirinha adjacente, e as montanhas ao longe.
A sequência atenuada da entrada a partir da área de estacionamento conduz os visitantes através de uma série de paredes texturizadas até uma 'praça de entrada' no final destas paredes de pedra. Este espaço aberto - utilizado para reunir grandes grupos, e da divulgação das atividades e eventos do dia - leva à uma parede baixa de concreto que separa a paisagem original do deserto e o edifício. Essa rota é definida por um canal de água que guia os visitantes em direção a entrada, passando pelos acessos de serviço e administrativos. A entrada para o centro interpretativo ocorre na metade da parede curva.
No interior, um teatro e uma espaço de exposição apresentam informações sobre a área de reserva e sua histórica relação com a terra. O volume arredondado da 'casa do poço' no centro do espaço expositivo invoca a experiência de conversação ao redor do fogo. A partir daqui, os visitantes caminham por uma parede de vidro para os espaços expositivos externos, com informações sobre plantas nativas, além de um anfiteatro a céu aberto, uma tenda mat tule, uma grande escultura figurativa, e um espaço de demonstração área de pesquisa de cobras. Esta área também serve de trilha para caminhadas guiadas e não guiadas ao longo de 50 quilômetros de caminhos através
deserto. Pequenos pavilhões interpretativos e uma vila de 'casas pit' reconstruídas e esculturas interpretativas pontuam essas trilhas.
Características Sustentáveis
O Centro Cultural do Deserto Nk’Mip está localizado em uma das paisagens mais espetaculares e ameaçadas do Canadá. Sua rara condição de deserto é a parte mais ao norte do Grande Deserto Americano, que se estende ao sul até encontrar o Deserto Sonoran, no México. Essa parcela de terra e o último remanescente deste habitat único no país. É parte da área de Reserva dos Índios Osoyoos. Essa reserva também pertence à Nação Okanagan, que se extende ao sul para os EUA (o Okanagan representa uma área geográfica mais ampla de reservas que compartilham uma linguagem comum com reservas constituintes separadas).
A preocupação do projeto em relação à sustentabilidade cresce da fragilidade desta paisagem, e reflete nos valores e história da Reserva. O clima extremo fez do desenho sustentável um desafio bem particular. Verões quentes e secos, e invernos frios, mas também secos possuem grande amplitude térmica. O posicionamento e orientação do edifício são as primeiras medidas estratégicas em direção à sustentabilidade: A estrutura parcialmente enterrada ameniza os extremos na temperatura, e sua orientação otimiza o desempenho solar, com aberturas em vidro minimizadas nas fachadas sul e oeste. A abordagem ambiciosa em direção à sustentabilidade também inclui a maior parede de pedra na América do Norte.
Com 80 m de comprimento, 5,5 m de altura, e 60cm de espessura, essa parede estabiliza as variações de temperatura. Construída a partir de solos locais misturados com concreto e de aditivos de cor, ela retém o calor no inverno, e sua considerável massa térmica produz o resfriamento do edifício no verão muito semelhante ao efeito que tem em um porão, com terra circundante.
Um telhado verde acessível: essa cobertura reduz o impacto visual do edifício na paisagem, e permite uma porcentagem maior da paisagem do deserto a ser re-estabelecida no terreno (replantando espécies de uso indígena). O telhado também confere estabilização da temperatura e isolamento.
Características Mecânicas
Em laje de resfriamento e aquecimento radiante em ambos o teto e o piso criam um ambiente homogêneo, confortável, que evita explosões de ar, ruído e poeira. Juntamente com ventilação do deslocamento do ar 100% externa, o sistema irá resultar em uma economia de 30 a 50% em relação à um sistema de ar forçado.
Pesquisas de espécies ameaçadas
O programa do edifício inclui instalações para o premiado projeto de pesquisa sobre cobras cascavel, assim como áreas de visitas ao público onde visitantes podem ver cobras cascavel capturadas, identificadas e micro-chipadas para estudos posteriores sobre sua proteção.
Cuidadosa Gestão de Águas
A água é preciosa no deserto, e um canal de reposição de água na entrada ao longo da parede de pedra introduz este tema. Menos visível,a demanda de alimentação de água ao terreno é reduzida em 40% através da incorporação de torneiras de baixo fluxo, mictórios sem água, e vasos sanitários com fluxo duplo.